Amor Pelos Cavalos Árabes

HISTÓRIA DO CAVALO ÁRABE NO MUNDO

A origem do cavalo árabe, teria sido uma espécie selvagem que assumiu com o tempo sua forma, originária de cruzamentos entre outras? Teria o homem interferido nessa formação? A questão permanece envolta em mistério. Na verdade a primeira imagem aparece num baixo relevo egípcio do século 16 antes de Cristo.

O Cavalo Árabe de hoje tem uma cabeça pequena e curva, pescoço arqueado, linha de garupa horizontal e cauda levantada. Estas características foram mantidas até hoje.

 Não existe dúvida de que é a raça mais antiga do mundo, e a nenhuma outra se pode comparar em, equilíbrio e beleza... Mas não foi por essas qualidades que durante 3500 anos o cavalo árabe foi tão apreciado, foi pela sua extraordinária capacidade como cavalo de guerra, em velocidade, resistência, agilidade e inteligência.

Em 700 a.C. havia uma procura generalizada deste tipo de cavalo em selos, jóias, relevos e pinturas. Encontramos a mesma imagem do cavalo árabe característico através dos séculos.

A paixão pelo cavalo levou faraós, reis, imperadores e uma série de homens poderosos a colecionar o que havia de melhor. Preços fabulosos, resgates de príncipes, e mesmo cidades inteiras foram trocados por esplendidos animais, quando não eram arrancados a preço de sangue.

Características

Muitas das atuais características do cavalo árabe resultam de sua adaptação ao deserto. São, com certeza, aspectos de sua conformação primitiva que foram privilegiados, selecionados e desenvolvidos com grande sabedoria pelos beduínos. Isso foi realizado com tal maestria através de conceitos e ensinamentos passados de geração para geração durante milénios, que nenhum hipólogo ou compêndio sobre eqüinos se recusa ou mesmo titubeia em afirmar que o Puro Sangue Árabe é o mais perfeito animal e o verdadeiro protótipo do cavalo de sela.

Os olhos

Os olhos do cavalo árabe são típicos de muitas espécimes de animais do deserto. Grandes e salientes, eles são responsáveis por prover o animal de uma excelente visão, a qual alertava os primitivos cavalos Árabes dos ataques de seus predadores.

Narinas

As narinas do cavalo Árabe que se dilatam quando ele corre ou está excitado, proporcionam uma grande captação de ar. Normalmente as narinas encontram-se semi-cerradas reduzindo a poeira proveniente da respiração nos climas mais secos como no deserto.

Maxilares

O tamanho e a grande separação entre os maxilares ou ganachas no cavalo Árabe proporcionam um bom espaço para a passagem de sua desenvolvida traquéia - provavelmente esse é um outro factor de adaptação para aumentar a captação de ar.

Carregamento de cabeça

O carregamento natural de cabeça do cavalo Árabe é muito mais alto do que qualquer outra raça, especialmente ao galope. O alto carregamento da cabeça facilita a passagem do ar, abrindo as flexíveis narinas e alongando a traquéia. É comprovado que os cavalos Árabes possuem maior número de células vermelhas que as outras raças, o que pode indicar que o cavalo Árabe usa o oxigênio mais eficientemente.

Pele

A pele negra por debaixo dos pêlos do cavalo Árabe é visível devido à delicadeza ou ausência de pêlos em torno dos olhos e focinho. Essa pele escura em torno dos olhos reduz o reflexo da luz do sol e também protege contra queimaduras. A fina pele do cavalo Árabe proporciona a rápida evaporação do suor resfriando o cavalo mais rapidamente.

Irrigação Sanguínea

As veias que se tornam visíveis por saltarem à flor da pele quando o cavalo Árabe enfrenta um grande esforço físico, em contato com o ar, resfriam rapidamente a circulação sanguínea, proporcionando maior conforto em longas jornadas.

Crina

Os pêlos da crina são normalmente finos e longos, protegendo a cabeça e o pescoço da ação direta do sol. O longo topete na testa também protege os olhos do reflexo e da poeira.

Focinho

O pequeno e cônico focinho também deve ser creditado de sua herança do deserto. A escassez de alimentos deve ter reduzido o focinho para o admirado tamanho e formato de hoje. Os finos e ágeis lábios provavelmente são resultados dos ralos pastos do deserto. Lábios ágeis podem rapidamente se prover de pequenas porções de ralas gramas e ervas.

Estrutura Óssea

É de facto que muitos cavalo Árabes possuem apenas cinco vértebras lombares, diferentes das seis comuns em outras raças. Essa vértebra a menos explica o pequeno lombo e a resultante habilidade em carregar grandes pesos proporcionalmente ao seu tamanho. Até hoje não é sabido qual número mais comum de vértebras no cavalo Árabe e não há evidência de que o Árabe que possui cinco, seja mais puro ou mais desejável do que aquele que possui seis.

Carregamento da Cauda

O alto e natural carregamento da cauda é resultado da singular estrutura óssea do cavalo Árabe. A primeira vértebra da cauda, que se liga à parte interna da garupa é levemente inclinada para cima, ao contrário de outras raças que se inclina para baixo.

A cabeça

A distinta beleza do cavalo Árabe é uma das principais marcas do tipo da raça. O clássico perfil é marcado por duas características: jibbah e afnas, muito admiradas pelos beduínos.

Jibbah

É a protuberância acima dos olhos. Nem todos os cavalo Árabes maduros possuem, mas ele é óbvio nos potros. O Jibbah aumenta o tamanho da cavidade nasal proporcionando maior capacidade respiratória.

Afnas

O afnas é a chamada "cabeça chanfrada". O chanfro é a depressão no osso frontal da cabeça entre os olhos e o focinho, ele apresenta uma curva côncava no perfil da cabeça. Embora o Afnas fosse admirado pelos beduínos como um aspecto de beleza, nem todos os seus cavalos possuíam o chanfro pronunciado, da mesma forma que hoje nem todos os modernos cavalos Árabes possuem esse perfil.

Mas uma cabeça é considerada boa e típica quando possui:
  • olhos grandes, salientes, bem separados e situados logo abaixo da testa
  • testa larga
  • narinas grandes e flexíveis
  • cabeça descarnada e seca
  • a expressão geral é alerta, inteligente e vivaz

Os chamados "olhos humanos" ou "branco nos olhos" no qual é visível a esclerótica branca em torno da íris é um ponto polémico na criação do cavalo Árabe. Margaret Greeley em seu livro "Arabian Exudus" cita Wilfrid Blunt afirmado que o branco nos olhos não era um sinal de mau temperamento, pelo contrário, era uma característica desejada pelos beduínos. Muitos juízes e criadores modernos, no entando, desgostam e penalizam os cavalos que possuem essa característica a despeito do facto dela aparecer em certas antigas e valiosas linhagens.

Cavalo Árabe

 1 Orelha  26 Boleto
 2 Topete  27 Quartela
 3 Têmpora  28 Coroa
 4 Olho  29 Casco
 5 Chanfro  30 Cernelha
 6 Narina  31 Dorso
 7 Focinho  32 Lombo ou rins
 8 Lábios  33 Anca
 9 Queixo  34 Vértebras da cauda
 10 Lábio inferior  35 Garupa
 11 Madíbula  36 Costelas
 12 Ganacha  37 Flanco
 13 Testa  38 Cilhadouro
 14 Nuca  39 Barriga
 15 Crina  40 Coxa
 16 Pescoço  41 Nádega
 17 Garganta  42 Ponto de nádega
 18 Laringe  43 Soldra
 19 Ponto de paleta  44 Perna
 20 Peito  45 Jarrete
 21 Paleta  46 Tendão extensor
 22 Braço  47 Tendão
 23 Antebraço  48 Castanha
 24 Joelho  49 Cotovelo
 25 Canela  50 Cauda

 

Para que serve o Cavalo Árabe

As modernas raças de cavalos que conhecemos são frutos de seleção recente, cada qual tentando se especializar em uma das áreas do desporto, trabalho ou lazer.

O Puro Sangue Árabe é o único cavalo que reúne em suas características a possibilidade de realizar bem todas essas funções.

Por que ?

A vida das tribos dos beduínos, há milhares de anos no interior do deserto da Arábia, é a chave para entender essa qualidade do Cavalo Árabe.

Rusticidade e Resistência

Povos nômades e guerreiros, os beduínos procuravam por um animal que os ajudasse em sua luta contra a inclemência do deserto e lhes conferisse poder nas batalhas.

Foram necessários mais de 3 milênios de seleção para se chegar ao cavalo de guerra do deserto: Cavalo Árabe, capaz de resistir a prolongados períodos de trabalho intenso com o mínimo de cuidado e alimentação. Essas qualidades persistem em seu fenótipo e são reconhecidas até hoje, através de competições de longo percurso nos EUA e na Europa. No Brasil, onde essas provas começam a ser realizadas, o Puro Sangue Árabe se destaca sempre nas primeiras colocações. No trabalho da fazenda, os criadores se surpreendem com a produtividade diária do Árabe, capaz de pronta recuperação após um dia inteiro de atividade.

Versatilidade e Coragem

No lombo de um Cavalo Árabe o beduíno era capaz de qualquer proeza. Foi por esta razão que os muçulmanos invadiram Portugal e Espanha no século VIII e as cavalarias das Cruzadas foram dominadas em Jerusalém na Idade Média.

O cavalo já não tem a mesma importância nas batalhas, mas do tórrido deserto, o beduíno legou às gerações futuras um cavalo ágil, veloz, que não conhece barreiras nem perigos.

Em nossos dias, o Cavalo Árabe entusiasma multidões nas corridas dos hipódromos do Egito, Polônia, EUA e Rússia. Encanta o público americano nas difíceis provas de montaria. Auxilia o peão australiano na lida do gado, emociona os brasileiros nas provas de Concurso Completo de Equitação, Hipismo Rural, Clássico, Horse Cross, Copa Rédeas, Laço,Turfe, Vaquejada e tantas outras. O Cavalo Árabe se adapta com facilidade em qualquer terreno, qualquer clima e qualquer tipo de trabalho.

Inteligência e Docilidade

O beduíno mantinha o cavalo em sua tenda como se fosse um membro da família.

Para isso era necessário que o animal tivesse inteligência para respeitar seu senhor e espírito para enfrentar qualquer exigência. Essa é uma das virtudes mais admiradas no Cavalo Árabe, a capacidade de aprender e respeitar sem ser subserviente. A inteligência e dedicação ao homem, sempre foi uma característica que os Árabes procuraram selecionar em seus cavalos. Hoje, tanto como montaria para crianças, instrumento de trabalho em fazenda ou pela habilidade numa pista de prova qualquer, o Cavalo Árabe se mostra imbatível no sentido de aprender com facilidade e obedecer seu dono.

Beleza e Elegância

A beleza em um cavalo não é apenas um requisito estético, ela deve obrigatoriamente estar associada à função do animal. A harmonia e proporção que fazem o Cavalo Árabe tão admirado, são requisitos fundamentais na conformação de um cavalo com capacidade para atender as mais diversas funções. Além disso, o "tipo Árabe" alcançou seu apogeu biológico há dois mil anos e a partir de então, o que os nossos criadores fazem é preservar a pureza e a força desse sangue, fonte de qualidades generosamente doadas a praticamente todas as raças modernas que conhecemos hoje.

Prepotência Genética

Os três mil anos de seleção e aprimoramento do Cavalo Árabe proporcionaram-lhe um poder genético incomparável. A partir da Idade Média, garanhões Árabes foram exportados para quase todas as partes do mundo, dando origem a outras raças e regenerando plantéis inteiros de cavalos.

Assim nasceram o Puro Sangue Inglês, o Orloff, o cavalo de Sela Francês, o Alter, o Trackener, Hanoveriano, o Quarto de Milha, só para citar os mais conhecidos. Até hoje o sangue Árabe ainda é utilizado para melhorar raças, transferindo refinamento, resistência, inteligência e tantas outras qualidades.

Uma das funções mais importantes do reprodutor Árabe no Brasil é a regeneração de cavalos de trabalho e esportes através da mestiçagem. Criações do Interior de São Paulo, Minas, Goiás e Mato Grosso do Sul, têm conseguido verdadeiros milagres ao colocarem o sangue Árabe em suas eguadas.

Origem

É uma das mais puras e antigas raças de cavalos do mundo e que praticamente entrou na formação de quase todas as raças modernas. Selecionada no deserto da Península Arábica, entre o mar Vermelho e o Golfo Pérsico, por onde vagavam algumas tribos nômades; a quem se deve a pureza sanguínea na seleção do cavalo árabe e a importância dada às éguas mães - Koheilan, Seglawi, Ibeion, Handani e Habdan, as cinco éguas que serviram de matrizes para as cinco principais linhagens que compõe a raça Árabe até os nossos dias.

Características

Cavalo com altura média de 1.50m, podendo atualmente chegar até 1.58m, possue cabeça de forma triangular com perfil concavo, orelhas pequenas, olhos grandes arredondados e muito salientes, narinas dilatadas, ganachos arredondados, boca pequena, pescoço alto e curvilíneo em sua linha superior, peito amplo, tórax amplo, dorso e lombo médios, garupa horizontal e saída de cauda alta que permanece elevada durante o movimento.

Seu trote e galope são rasteiros, amplos e cadenciados, com muito garbo, tendo temperamento muito vivo e grande resistência. As pelagens básicas são alazã, castanha, tordilha e preta.

Aptidões

Pelas suas características são aptos aos esportes hípicos de salto e adestramento em categorias intermediárias, hipismo rural, enduro e trabalhos agro-pecuários entre outros.

Estes sao alguns dos conhecimentos obtidos sobre os cavalos Árabes.